Monday, September 11, 2023

AO SALAR DE UYUNI

Domingo, 10/09/2023 e Segunda, 11/09/2023

Salar de Uyuni, Bolivia

Às vezes as viagens trazem boas surpresas, também.

Foi o que nos sucedeu durante o percurso de Tilcara a Uyuni, que passa através de boa parte da Puna, na Argentina, e do Altiplano Andino, na Bolívia. Este último fotografamos na viagem de volta, por questões de luz e também para evitar chegar à noite em Uyuni.

O trecho tem cerca de 470 km, porém as peculiaridades da estrada e da fronteira fazem com que o tempo de viagem aumente para 9 a 10 horas.

Outra coisa: a aceitação de cartões de crédito na Bolívia é muito limitada, portanto compre Bolivianos (pois é. Será que pensaram nos trocadilhos?)!

Puna em Jujuy

A Puna, nessa parte da cordilheira, é um altiplano, com altitude média de 3500 m, atravessado por serras no sentido norte-sul e que têm montanhas com picos entre 4000 e 4200 m. As formações rochosas são magníficas em muitos lugares, com linhas de falhas chegando a 90 graus, gerando desenhos muito interessantes onde foram cortadas pela erosão dos milênios de milênios.

Como o objetivo da viagem era visitar o Salar de Uyuni e o calendário é bem restritivo, não foi possível parar para fotografar essas formações. Uma pena mesmo.

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Cascata congelada eternamente, por não bater sol na parte 
mais quente do dia. A água corre por dentro. Está a 
3750 m de altitude, próxima à localidade de Tres Cruces.



Nos termômetros, 5 graus às 10 da manhã.


Fronteira Argentina/Bolívia (La Quiaca/Villazon)

Apesar de ser nominalmente uma fronteira integrada, ela pode ser considerada tudo, menos isso. O que existe é um conjunto de containers e prédios, cada um operado por um país, sem qualquer fluxo organizado nem sinalizado, além de vários agentes de imigração obviamente despreparados em ambos os países. 

Chegou-se ao cúmulo de termos que questionar a orientação de agentes, o que é extremamente desaconselhável, e até de haver um agente que passou uma cantada em um de nós...

Enfim, quase duas horas para atravessar uma fronteira "integrada", sem que sequer tenha sido feita inspeção das motos.

Uyuni, Bolívia

Denis esteve em Uyuni em 2015, em viagem solo.
 
Era caótica e pouco hospitaleira então, e pareceu ainda mais caótica e menos hospitaleira desta vez. 

Infelizmente, não há alternativa melhor para se poder visitar o Salar, este sim, uma das maravilhas da natureza, enquanto os homens deixarem.


Salar de Uyuni

O Salar de Uyuni é a maior formação do tipo no planeta. Trata-se de uma salina marinha natural, elevada juntamente com a cordilheira durante sua formação há alguns milhões de anos. É totalmente plana e, na época seca, solidamente cristalizada e totalmente trafegável. Na estação chuvosa, de dezembro a abril, uma fina camada de água salgada cobre todo o salar, proporcionando imagens refletidas muito bonitas. 

Visitar o salar é um privilégio, e fazê-lo por duas vezes uma graça. São mais de 12000 quilômetros quadrados (150 x 120 km) de imensidão branca e horizontes em todas as direções.

No período em que o visitamos, as placas de sal já estão bem consolidadas e suportam altas cargas, havendo mesmo tráfego de carretas através do salar. Apesar da evidente poluição, as marcas dos veículos são bem úteis para que o visitante inexperiente por elas se oriente.

Desde 2017 já houve cinco edições do Rali Dakar na América do Sul, todas atravessando a Bolívia e o Salar de Uyuni. Para marcar a primeira edição, foi construído o monumento de sal, da foto a seguir:



Quanto à infinitude do salar, as imagens a seguir falam por si mesmas:





Ao final do passeio, voltamos a Uyuni para comer e, principalmente, para lavar as motos, a fim de remover o sal que poderia ter se entranhado nos equipamentos e vir a provocar corrosão localizada.

E é essa a grandeza do salar. Três dias entre ir, visitar e voltar, mas VALE DEMAIS A PENA!!

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